A série Estilistas na fase oral nem acabou e eu já estou querendo começar com a Como levar um estilista para a câmara... Enjoei de música vocal, por hora. Além do mais, depois de uma dose de música do século XX, eu aposto que tem gente (se é que alguém lê isso aqui) que está querendo algo mais "tradicional". Então, vamos lá!
Tá bom... tá bom... Música de câmara não é exatamente uma invenção do Barroco, eu sei. Confesso, porém, que não quero falar do repertório camerístico anterior ao século XVII. Primeiro, porque não sou competente mesmo; segundo, porque as épocas antes do Barroco eram dominadas pela música vocal - claro que se fazia música instrumental, mas prefiro deixá-la de lado, para não entrar em discussões intermináveis. Em terceiro lugar, porque tô com preguiça.
Tá bom... tá bom... Música de câmara não é exatamente uma invenção do Barroco, eu sei. Confesso, porém, que não quero falar do repertório camerístico anterior ao século XVII. Primeiro, porque não sou competente mesmo; segundo, porque as épocas antes do Barroco eram dominadas pela música vocal - claro que se fazia música instrumental, mas prefiro deixá-la de lado, para não entrar em discussões intermináveis. Em terceiro lugar, porque tô com preguiça.
Este é outro post inútil, pois todo mundo gosta do Barroco e são poucos os que se atrevem a cometer o pecado sem remissão de torcer o nariz para a música desta época. Como todo mundo também conhece muita coisa desse período, tentarei colocar exemplos menos "populares", quando possível. Ah, também estou com preguiça de escrever, então este post, provavelmente, se resumirá a uma lista de vídeos.
Isto posted, vamos lá!
Para quem gostou, nesse próximo vídeo tem mais de 2 horas só de canzoni:
E a segunda, "Visitação":
Primeira parte:
Segunda parte:
Comecemos com um dos pais do Barroco, Girolamo Frescobaldi. Também, com um nome desses, ele só poderia ser muito bom ou muito ruim; para nossa sorte, ele resolveu ser muito bom, e quase tudo que ele fez está nessa categoria. Hoje ele é mais lembrado por suas composições para órgão, mas também tem bastante música de câmara, agrupada num livro de Canzoni per sonare con ogni sorte di stromenti. Só alguminhas, aqui:
Para quem gostou, nesse próximo vídeo tem mais de 2 horas só de canzoni:
Outro repertório relativamente desconhecidos são as sonatas do Heinrich Ignaz von Biber. Há dezenas de sonatas, e algumas das mais famosas são aquelas conhecidas como Mysteriensonaten (ou Rosenkranzsonaten) - Sonatas Mistério (ou Sonatas do Rosário), para violino e contínuo. Aqui, a primeira, "Anunciação":
E a segunda, "Visitação":
São 15 sonatas (mais uma Passacaglia, para violino solo); pode procurar e ouvir todas, são lindas!
Também tem a música de câmara de Baldassare Galuppi, que foi muito famoso em sua época, mas que só recentemente tem sido pouco a pouco ressucitado. Com vocês, sua Trio sonata para Oboé, Flauta e Contínuo, em sol maior:
A maioria das obras instrumentais do Galuppi, porém, ainda aguardam na fila da ressurreição. Enquanto isso não acontece ouviremos a linda Suíte para Viola da gamba e Contínuo, em dó menor, do francês Marin Marais:
Primeira parte:
Segunda parte:
Todo mundo conhece o Adagio do Albinoni (apesar de sua autoria mais do que duvidosa), mas pouca gente já ouviu qualquer outra obra deste compositor. É uma pena, pois há uma imensa quantidade de boa música instrumental do Tomaso Albinoni, entre elas a Sonata para Violino e Contínuo, em ré menor, So. 26:
Pouco se ouve também da música instrumental de Henry Purcell. E não é por falta de qualidade, como fica óbvio ao ouvirmos, por exemplo, sua Sonata in four parts no. 6, em sol menor, Z 807:
Para quem ainda não se convenceu de que há toneladas de boa música barroca pouco ouvida, vamos a mais um exemplo, agora do François Couperin, conhecido principalmente por sua música para cravo, mas cuja obra camerística também é muito importante. Ó só sua maravilhosa Sonate en quatuor "La Suitane", em ré menor:
Ou a Trio-sonata "Le Parnasse, ou l'apothéose de Corelli", em si menor - como dizem no Goiás: "chega dói" de tão linda!
O problema com o Barroco - nosso problema com o Barroco, na verdade - é que escolhe-se um gênero para cada compositor, e o restante de suas músicas fica relegado a segundo plano. De Couperin só ouvimos música para cravo; de Purcell, suas óperas, de Albinoni, só seu (pseudo) Adagio; de Handel, o Messias, algumas árias de óperas, Música para os Reais Fogos de Artifício e Música Aquática). A exceção é Bach, cuja obra inteira é ouvida mais ou menos frequentemente (em outras paragens que não Brasilia, claro).
Mas, voltemos ao assunto. Outro compositor barroco relativamente pouco ouvido é o Giuseppe Torelli, um dos grandes responsáveis pelo desenvolvimento do concerto. Ó só sua Sonata em ré maior, G. 1, para trompete, cordas e contínuo. É sonata, mas na verdade é um concerto para trompete. Aliás, nessa época em questão (final do século XVII), a nomenclatura da música é tudo menos exata. Podemos encontrar sinfonias, concertos, sonatas, que são praticamente indistinguíveis uns dos outros em termos de forma, estrutura, instrumentação:
Também tem o Arcangelo Corelli, bem mais conhecido e executado que o Torelli. Já o ouvimos aqui, mas qualquer desculpa vale para se ouvir Corelli, um dos primeiros grandes compositores para violino:
Mais um exemplo do Corelli, só porque eu o adoro:
Também tem o Biaggio Marini, mais antigo que Corelli e Torelli, um dos criadores da música de câmara "de verdade". Vamos ouvir primeiro sua Pasacaglia em sol menor, de seu Op. 22, Per ogni sorte di strumento musicale: diversi generi di sonate, da chiesa, e da camera:
E agora a Sonata in ecco con tre violini, do Op. 8 (Sonate, symphonie, canzoni, passe'mezzi, baletti, corenti, gagliarde e retornelli), uma de suas obras mais conhecidas:
Para terminarmos com o post de hoje, vamos com mais um francês, Jean-Philippe Rameau: Pièces de clavecin en concert, nº 1, em dó menor, com seus movimentos "La Coulicam", "La Livri" e "La Vézinet":
Boa audição, e até a próxima"
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