Sei lá se a Alemanha ou a França ou o Brasil irão ganhar esta Copa. De qualquer maneira, em matéria de hinos nacionais, acho que qualquer um deles merece o título!
(Tá certo, a França já foi eliminada, mas quando eu comecei a escrever este post ela ainda estava em pé no campeonato.)
(Tá certo, a França já foi eliminada, mas quando eu comecei a escrever este post ela ainda estava em pé no campeonato.)
A Inglaterra, tadinha, se não tivesse sido defenestrada tão cedo, quase que também mereceria subir ao podium:
Beethoven: Variações sobre "God Save the King", WoO. 78:
Paganini: Variações sobre "God Save the King" op. 9:
E, já que falamos de Debussy, vamos pular logo para La Marseillaise, que aparece - só por alguns segundos - no final de seu último Prelúdio, o número 24, "Feux d'artifice":
Até os Beatles resolveram incluir o hino mais famoso do mundo na introdução de uma de suas músicas mais conhecidas:
Citações de La Marseillaise também ocorrem, repetidamente, na Abertura 1812, de Tchaikovsky:
Schumann também a cita em seu Op. 26, "Carnaval de Viena", que já vimos AQUI, mas que vai de novo, pra não dar trabalho:
(A citação é muito curta, e disfarçada! Preste atenção! Dica: ela aparece quase no fim da primeira peça)
É comum encontrarmos textos (inclusive em livros de música) dizendo que um dos temas do 1º movimento do Concerto para Piano e Orquestra nº 25, em dó maior, K. 503, do Mozart, é uma citação da Marselhesa. Na verdade o Concerto é de 1786, portanto anterior à Marselhesa (1792). De qualquer maneira, é bem parecido. Aliás, o "tã-tã-tã-tããã" deste tema (e seu desenvolvimento, depois) também lembra muito o "tã-tã-tã-tããã" mais famoso de todos, o da Sinfonia nº 5, em dó menor, do Beethoven:
Uma das citações mais curiosas deste famoso hino ocorre na música de Dimitri Shostakovich para um filme de 1929, Nova Babilônia, de Grigori Kozintsev e Leonid Trauberg, misturada com citações do também famoso "Can-can" de Jacques Offenbach:
Outra citação misturada de La Marseillaise aparece na Sinfonia nº 3, do Heitor Villa-Lobos, em seu 4º movimento, desta vez em companhia de citações ao Hino Nacional Brasileiro:
Nosso Hino Nacional, até onde eu sei, é muito pouco citado, inclusive por nós mesmo. Além da Sinfonia do Villa-Lobos, a única outra obra que conheço que o utiliza é a Grande Fantasia Triunfal sobre o Hino Nacional Brasileiro, de Louis Moreau Gottschalk:
Se alguém conhecer outra, me avise!
E agora vamos ao meu favorito, o Hino da Alemanha, composto por Joseph Haydn em 1797, originalmente um hino para o Imperador Francisco II, depois virando hino do Império Autro-Húngaro, depois hino da Áustria, e depois "anexado" pela Alemanha, transformando-se em seu hino oficial!
O próprio Haydn o utiliza no segundo movimento de seu Quarteto em dó maior, Op. 76, nº 3, conhecido como "Imperador":
Lindíssimo! Aliás, o Quarteto inteiro é maravilhoso:
Carl Czerny também o utiliza em suas Varições sobre um Tema de Haydn, Op. 73, para piano e orquestra:
Bedřich Smetana, no final do 4º movimento de sua Sinfonia Festiva, também usa este hino, como uma homenagem ao Imperador da época, Franz Joseph :
Também tem as variações Souvenir de Vienne, Op. 9, de Clara Schumann:
ABRE PARÊNTESES
Não tem jeito... Eu realmente não gosto da Clara Schumann. Tudo que conheço dela eu acho enfadonho. A única coisa, por enquanto, que eu acho que se salva é o Prelúdio e Fuga em sol menor, Op. 6, nº 1. Só o Prelúdio, porém! A Fuga, na minha opinião, também sofre pelo excesso de pretensão:
FECHA PARÊNTESES
Citações deste hino também aparecem perdidos (é essa a palavra mesmo!) na Tanzsuite mit Deutschlandlied, de Helmut Lachenmann. Na verdade estão mais para "referências" do que para "citações", e, se você não estiver procurando por elas, vai ser difícil encontrá-las:
E, para terminar: Oba! Depois de amanhã, dia 8 de julho, terei a oportunidade de ouvir os hinos do Brasil e da Alemanha juntos pela primeira e última vez nesta Copa!
P.S.: Como sempre, eu cheguei atrasado ao assunto... Mas se alguém ainda tiver curiosidade em conhecer os 32 hinos que ouvimos durante a Copa, este rapaz teve a paciência para escrever (e tocar ao piano) versões de todos eles (com erros e muito simples). Mas valeu o esforço!
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